<body bgcolor="#FFFFFF"><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d19753705\x26blogName\x3dle+fabuleux+destin\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://lfabdestin.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://lfabdestin.blogspot.com/\x26vt\x3d-3892170000127678776', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

                

Uma carta ao nada
Caro Nada,

Nada tenho a lhe dizer, mas é que como nada tenho a fazer, resolvi escrever umas palavrinhas a você, com nenhum intuito. Porém, como já aqui estou, peço que leia com atenção essas linhas, e com certo sentimento de carinho, uma vez que resolvi dedicar cada letra a você.

Às vezes penso que não sei de mais nada, mas acho que nem de você eu sei. Se ao menos soubesse de nada, passaria a vida fazendo nada, esperando que nada acontecesse. O problema é que eu sei das coisas, mas não compreendo como deixaram chegar a esse ponto. Ligar a televisão, que deveria ser um meio de entretenimento, hoje em dia é meio de depressão. Ou de mostrar a alguns o quanto é boa a vida que leva. Eu levo vida razoavelmente boa. Dificuldades mil, mas não passo fome e não me abstenho de certas regalias. Entretanto, não fico feliz em olhar para as coisas que minha tela de 21 polegadas mostra e notar que tem gente em situações desumanas. Valor eu até dou às coisas que tenho, mas me parece que quanto mais eu olho pra fora da janela do carro, mais nojo sinto por tê-las.

Tenho medo de que um dia nada mais exista por causa do aquecimento global. Medo de que ninguém sobreviva à poluição. Medo de que as pessoas nada mais sintam além de ódio e inveja. Medo de que a vida se resuma a nada. Se resuma a você! Se bem que já estamos a meio caminho andado para um final infeliz desses, né? Cá entre nós, as pessoas andam tão apegadas ao ter, que esqueceram do mais importante: ser. Quando se lembram, é pra serem aquele monte de adjetivos depreciativos. E não é exagero meu. Creio que o adjetivo que mais causa problemas é "individualista". Ele é a peça principal do efeito dominó.

E as nossas crianças? E as minhas crianças? Nada vai restar à elas? Por isso que, apesar de ter muita vontade de sentir uma vida crescendo dentro da minha barriga, com todas aquelas sensações boas e ruins ligadas a isso, tenho medo do que será dela. Quero criar uma pessoa para que ela viva, não somente exista. Existir, apenas, soa como sendo algo tão vegetativo. Tão... árvore! Se as coisas continuarem assim, com essa tendência a piorar, para sanar meu desejo de ser mãe, vou adotar um bebê. Se bem que eu faria isso independente de já ter um filho biológico. Pelo menos a criança que somente existiria num local qualquer, tendo que dividir a atenção com, pelo menos, outras dez, irá existir ao meu ladinho.

É, nada, se as pessoas continuarem a agir como você, a única coisa que restará dessa bolinha gigante, será você mesmo. Sozinho.

por Andrea de Lima @ 4/25/2008 01:58:00 PM
 
Grito
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Às vezes dá vontade de gritar, mas é mais fácil fazê-lo virtualmente. Para o bem dos tímpanos alheios e da minha sanidade perante a sociedade. Risadas... Como se eu me importasse!

por Andrea de Lima @ 4/21/2008 07:48:00 PM
 
O voto de silêncio - Parte 2
Ainda no carro, ela disse:
- Posso trocar de cd?
- Trocar? Ella é sua preferida!
- Ah, é que tá me incomodando... - e ejetou o cd, já segurando outro.
- Vai colocar o quê?
- Não sei também. É um cd aqui escrito "Músicas"... Aliás, quanta redundância, não? - ela riu.
Faixa número 1:
"Don't say that we must part/Don't break my aching heart/You know you love me" (Nina Simone - After You've Gone). Pula pra próxima.
Faixa número 2:
"Eu não vou pro inferno/Eu não iria tão longe por você/Mas vai ser impossível não lembrar/Vou estar em tudo o que você vê" (Capital Inicial - Eu Vou Estar). Ai, muda!
Faixa número 3:
"There I go talking out of my head again baby/Won't you come and put our two hearts together" (Amy Winehouse - Moody's Mood For Love). Tá, mais uma chance.
Faixa número 4:
"Eu vou tirar você de letra/Nem que tenha que inventar outra gramática" (Zélia Duncan - Vou Tirar Você do Dicionário).
- Cansei desse cd.
- Posso saber o motivo?
- Porque esse povo só sabe falar sobre aquilo que não é para falar!
- Ué, mas o combinado é não falar, ouvir pode.
- Mas eu não consigo simplesmente absorver as palavras como se fossem apenas fonemas unidos e cantados. Eu sinto, aí fico com vontade de falar.
- Mas não vamos falar! Digo, eu não vou.
- Eu posso?
- Não!
- Por que não?
- Porque eu não quero ouvir!
- Mas você disse que ouvir podia!
- Então ouvir não pode mais.
Silêncio.
Chegamos no bar e nos inteiramos ao ambiente. Meia luz, pessoas fazendo coisas que se fazem em bares, som ambiente e cotovelos se molhando no balcão, ao pedir a próxima cerveja.
Cinco garrafas mais tarde e o assunto girava em torno de coisas absurdas, desde a barra da calça que a ruivinha de tomara-que-caia usava, até uma provável barba no rosto de Jessica Simpson, que aparecerá nua e se barbeando, na capa de uma revista. Minha bexiga estava a ponto de explodir, então fui ao banheiro e me posicionei em quarto lugar, na fila. Eis que ela aparece, quando faltava apenas uma pessoa para ser minha vez e pára ao meu lado. Encostou seu braço no meu e eu pude sentir seu cheiro de tiete da Armani. Era o Code. Era sua marca registrada. Quase não notei que a fila andara.
- Vai usar? - uma menina me olhou feio.
Nem respondi. Entrei no banheiro e pensei: "Controle-se!".
Quando saí da cabine, ela nem estava mais lá. Lembrei de sua presença e achei estranho ela ter parado ao meu lado e não ter falado nada. Voltei para nossa mesa e ela estava conversando com um rapaz. Apresentei-me, dei um beijinho em seu rosto e sentei. Observei seu jeito de gesticular enquanto ela explicava sobre seu estágio, o contorno dos seus lábios ao sorrir e as bochechas ruborizarem ao gargalhar. Aquela história de não falar sobre amor estava fazendo com que meus pensamentos quase falassem por si, mas me segurei. Logo o cara foi embora e ficamos a sós novamente.
- Quem era?
- Um amigo da faculdade.
- Hum... Bonito ele.
- É!
- Vamos embora?
Ela nem titubeou:
- Vamos.
No carro, novamente, o rádio nem foi ligado. Seguimos para a casa dela ao som do motor e da noite. Nenhuma palavra trocada até o último instante:
- Você tá com os meus dvds do Almodóvar, né?
- Sim, você quer entrar...? Digo, pegar?
- Quero, sim.
- O quê?
- Os dois.
E ela nem imaginava quantos significados eu imaginei para cada um daqueles dois verbos.
Subimos os degraus da casa com cuidado, e entramos em seu quarto. Ela vasculhou o guarda-roupa bagunçado, enquanto eu andava em frente a escrivaninha, revendo aquelas fotos e recados de sempre. Ela me entregou os dvds e ficou olhando para a minha cara, imóvel. Retribuí a ação e assim ficamos, até o momento em que ela me roubou os filmes, colocou em cima da cadeira e me beijou. Então foram "mãos e braços, beijos e abraços, pele, barriga e seus laços", tudo alí, no centro do quarto miúdo. Entregamos-nos a cama quando as pernas não aguentaram mais o peso da vontade e fizemos o melhor sexo da história dos sexos.
Durante a manhã, ela me acordou dizendo:
- A gente quebrou o combinado?
- Não. O combinado era não falar, e não, fazer.
Até mais ler.

por Andrea de Lima @ 4/09/2008 03:38:00 PM
 
O voto de silêncio
A proposta foi: passar uma noite inteira sem falar de amor. Ela me ligou, logo cedo, nem dez e meia ainda e desabou a esbravejar contra o amor. Eu, meio sonolenta e saboreando aquele hálito de vodka amanhecida, só ouvi. Quase peguei no sono, quando, então, ela passou a falar mais alto e eu percebi que a revolta era séria. Tentei pronunciar uns conselhos, mas as tentativas eram inúteis, perante àquela manada de palavras inconformadas. Após vinte e dois minutos de um quase monólogo, propus:
- A gente sai hoje e não fala de amor, que tal?
- Mas isso é quase impossível!
- Então a gente se foca no quase e fica nele.
Ela gostou da idéia, apesar de não ter botado muita fé de que iria dar certo, e desligou o telefone mais calma. Eu, claro, voltei a dormir. Uma audácia me ligar antes do meio dia em pleno sábado!
Uma e meia da tarde, fui despertada por uma batida na porta e a invasão de minha mãe, anuciando que iria ao shopping e que a comida estava no microondas. "Ok, mãe". Continuei deitada, pensando na noite que estava por vir. Não falar de amor seria, com certeza, uma das coisas mais difíceis que eu iria fazer na vida. Sou uma pessoa intensa, que vive a vida e o amor de forma pesada, logo, nada mais comum do que falar sobre esse sentimento, mesmo numa mesa de bar. Aliás, principalmente numa mesa de bar e mais ainda após certo nível de álcool. Mas agora não tinha mais como voltar atrás. Ou até tinha, mas eu não queria mesmo. Estava cansada desse assunto, de qualquer forma.
À noite chegou e eu já estava pronta. Ela me ligou no celular:
- Acho que não vou mais.
- Como não vai mais? Gata, eu já estou pronta!
- Eu também, mas é só fingir que já foi e voltou, tirar a maquilagem e a roupa.
- Meu, você vai! Ninguém mandou me ligar de madrugada pra ficar se desmanchando em dores. Era só não ter ligado, aí a gente nem se via!
- Eu não liguei de madrugada! Eram dez e meia! E outra... eu, eu acho que não vou conseguir...
- Estou passando aí em dez minutos - "tu... tu... tu... tu...".
Buzinei em frente ao portão azul e ela demorou tanto para sair, que pensei que precisaria ir buscá-la pela mão. Então ela saiu, com os olhos meio borrados e entrou no carro. Quinze minutos de silêncio absoluto. Nada além da Ella Fitzgerald, insitindo em dizer que "oh, my dear, our love is here to stay". No mínimo inconveniente, mas é Ella, né? Permitimos-nos a ouvir aquelas declarações de amor, mas, como o combinado, nada falamos sobre.
(continua)
Até mais ler.

por Andrea de Lima @ 4/05/2008 01:45:00 AM
 
Ai se sêsse
Eu não tenho o costume de postar vídeos e textos que não são meus, mas achei que esse poema, interpretado pela banda pernambucana Cordel de Fogo Encantado, é cabível pro meu momento. Apreciem sem moderação alguma.

"Se um dia nóis se gostasse
Se um dia nóis se queresse
Se nóis dois se empareasse
Se juntim nóis dois vivesse
Se juntim nóis dois morasse
Se juntim nóis dois drumisse
Se juntim nóis dois morresse
Se pro céu nóis assubisse
Mas porém acontecesse
de São Pedro não abrisse a porta do céu
e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse
pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Da vez que nois dois ficasse
Da vez que nois dois caisse
E o céu furado arriasse
e as virgi toda fugisse." (Zé da Luz)

http://www.youtube.com/watch?v=7BmvygOD1E0

É, eu não estou conseguindo colar o código pra aparecer a tela de vídeo.

Até mais ler.

por Andrea de Lima @ 4/01/2008 04:17:00 PM
 
moi
je par me
Saboreando as pequenezas da vida e tornando-as grandes. Tateando letras e montando um quebra-cabeça de palavras, em busca de alguma elucidação sobre mim, sobre você, sobre o mundo...

 
plus du moins
 
archive
 
aventures récentes
 
 
quincaillerie



blogger

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

stéfis \o/