<body bgcolor="#FFFFFF"><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d19753705\x26blogName\x3dle+fabuleux+destin\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://lfabdestin.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://lfabdestin.blogspot.com/\x26vt\x3d-3892170000127678776', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

                

O voto de silêncio
A proposta foi: passar uma noite inteira sem falar de amor. Ela me ligou, logo cedo, nem dez e meia ainda e desabou a esbravejar contra o amor. Eu, meio sonolenta e saboreando aquele hálito de vodka amanhecida, só ouvi. Quase peguei no sono, quando, então, ela passou a falar mais alto e eu percebi que a revolta era séria. Tentei pronunciar uns conselhos, mas as tentativas eram inúteis, perante àquela manada de palavras inconformadas. Após vinte e dois minutos de um quase monólogo, propus:
- A gente sai hoje e não fala de amor, que tal?
- Mas isso é quase impossível!
- Então a gente se foca no quase e fica nele.
Ela gostou da idéia, apesar de não ter botado muita fé de que iria dar certo, e desligou o telefone mais calma. Eu, claro, voltei a dormir. Uma audácia me ligar antes do meio dia em pleno sábado!
Uma e meia da tarde, fui despertada por uma batida na porta e a invasão de minha mãe, anuciando que iria ao shopping e que a comida estava no microondas. "Ok, mãe". Continuei deitada, pensando na noite que estava por vir. Não falar de amor seria, com certeza, uma das coisas mais difíceis que eu iria fazer na vida. Sou uma pessoa intensa, que vive a vida e o amor de forma pesada, logo, nada mais comum do que falar sobre esse sentimento, mesmo numa mesa de bar. Aliás, principalmente numa mesa de bar e mais ainda após certo nível de álcool. Mas agora não tinha mais como voltar atrás. Ou até tinha, mas eu não queria mesmo. Estava cansada desse assunto, de qualquer forma.
À noite chegou e eu já estava pronta. Ela me ligou no celular:
- Acho que não vou mais.
- Como não vai mais? Gata, eu já estou pronta!
- Eu também, mas é só fingir que já foi e voltou, tirar a maquilagem e a roupa.
- Meu, você vai! Ninguém mandou me ligar de madrugada pra ficar se desmanchando em dores. Era só não ter ligado, aí a gente nem se via!
- Eu não liguei de madrugada! Eram dez e meia! E outra... eu, eu acho que não vou conseguir...
- Estou passando aí em dez minutos - "tu... tu... tu... tu...".
Buzinei em frente ao portão azul e ela demorou tanto para sair, que pensei que precisaria ir buscá-la pela mão. Então ela saiu, com os olhos meio borrados e entrou no carro. Quinze minutos de silêncio absoluto. Nada além da Ella Fitzgerald, insitindo em dizer que "oh, my dear, our love is here to stay". No mínimo inconveniente, mas é Ella, né? Permitimos-nos a ouvir aquelas declarações de amor, mas, como o combinado, nada falamos sobre.
(continua)
Até mais ler.

por Andrea de Lima @ 4/05/2008 01:45:00 AM
 
moi
je par me
Saboreando as pequenezas da vida e tornando-as grandes. Tateando letras e montando um quebra-cabeça de palavras, em busca de alguma elucidação sobre mim, sobre você, sobre o mundo...

 
plus du moins
 
archive
 
aventures récentes
 
 
quincaillerie



blogger

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

stéfis \o/