As mini-coisas não são mini e, creio eu, não precisa ser nenhum gênio para se aperceber disso. A gente as faz mini para que caibam dentro do coração. Ou da mente, tanto faz. A gente as faz mini para que caibam dentro dos limites da sanidade; para que caibam num sorriso de palhaço - que sorri porque esperam dele no mínimo uma fileira de dentes exposta entre os lábios. E eu as chamo de mini-coisas para, quem sabe, um dia acreditar que são pequenas, postas ao lado da grandeza da vida. Mas a vida se mostra tão pequena ao posar ao lado das mini-coisas que às vezes me pego pensando quando é que elas irão se tornar mini mesmo. Até um mini-tempo se torna excepcionalmente eterno quando as mini-coisas se manifestam. O tempo vai se arrastando, agarrado em suas pernas, cansadas de andar para não se sabe onde, em busca de não se sabe o quê. Na verdade, se sabe. O que não se sabe é se ele existe... E como saber se existe o que ainda não aconteceu? Então não existe. As pernas estão fadigadas de buscar o que [ainda] não existe. E a mente, o coração, as mãos, pernas, braços, olhos, boca, tudo! Tudo quer que exista! E a esperança angustia. Dizem até que ela é a última que morre, mas a primeira que mata. Faz sentido. Muito sentido. Dá vontade de morrer um pouquinho e depois voltar quando estiver tudo bem. Mas "até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não pára". E eu queria um final melhor pra esse mini-texto, mas tem uma mini-coisa me doendo muito agora. Por isso, se vocês me dão licença...
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