Ó, o amor. Se não brega entoar este sentimento como faziam os trovadores, brega, então, insistir em delinear letras de modo a falar algo sobre ele. Ou ela. Sim, no meu caso, ela. O meu amor. A minha amada. A que me ama. Falso, quase perigoso falar do amor como se ele durasse até o último suspiro, contudo, é isso que sinto e desejo. Não minto quando digo que meu olhar, por vez ou outra, insiste em cruzar outros olhares, mas é por você, minha pequena, que dilatam as minhas pupilas. Porque elas sabem que encontrarão o encaixe perfeito na dilatação das suas. Porque este tão sublime sentimento - se é que se pode diminuí-lo a tão pouco - me espanca no rosto, no estômago, no peito, e me larga cheia de hematomas, deitada em minha cama tão vazia de você. E como se não bastasse, ainda chama sua fidelíssima escudeira, a saudade, que sussurra sua gritante grandeza para dentro dos meus pensamentos atordoados pela sua não-presença. Odeio essas centenas de quilômetros. Veja bem, meu bem, e só, inteiramente, meu bem, minha bondade, se tento expelir de mim esse 1/100.000.000... do que sinto quando penso em você, de quando estou com você, é para que sobre mais espaço para esse amor que se renova, embalado pelo seu sorriso. Ah, o seu sorriso. Nunca pensei que poderia encontrar tanta paz e alegria em uns dentes enfileirados exibidos pelo contorno de uma boca. Sua boca perfeita, que carrega consigo um detalhe a mais: a pintinha do lado esquerdo. O meu esquerdo. O seu direito. E eu poderia continuar falando de você e das minhas reações, se eu não estivesse me cansando dessa escrita piegas, inspirada pela década de 30 que acabou de sair do meu dvd. A época muda, vida minha, mas ninguém ainda descobriu outra maneira de expressar a grandiosidade do que sinto, que não seja com um breve e clichê "eu te amo".
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