Me deu vontade de escrever assim, de levinho, pra não assustar o amor. Um amor que de tão delicadinho, chega a parecer pequenininho, mas de inho nada tem. Ele é grande como o pescoço de uma girafa. E maior ainda. Chega ao céu, passa dele e nem enxerga a linha do fim do mundo. Ele é cego mesmo. Mas não precisa de bengalinha. O amor caminha de braço dado, nunca sozinho. O amor sorri pra mim, e ri pra mim, e faz todas aquelas coisinhas de amor pra mim. O amor tem olhinhos de amêndoa, boca gordinha e nariz arrebitado. E pega na minha mão enquanto seguimos estrada à fora, e me olha de mansinho. E quando ninguém vê, o amor me toca com carinho e me ama no escurinho, ao som da chuva, ou da música. Ou dos dois. E no nosso mundinho, fica só o amor e eu, desenhando no embaçado do vidro, coisas que só a gente entende. E às vezes nem a gente. Mas nem precisa...
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