Tentei resistir mas meus dedos não me permitiram. Engraçado como a vontade deles é [muitas vezes] maior que a minha. Mentira, a vontade me toma por inteira. E eu adoro falar que meus sentimentos e sensações viajam por cada centímetro do meu corpo. Mas é que é verdade, poxa! Minhas vontades me dominam a ponto de não me deixarem falar. E o pior de tudo acontece quando eu não queria ter aquela vontade. Até passo mal. De vomitar mesmo, de colocar toda aquela empada de forma pra dentro da privada, e ter que dar descarga o quanto antes pra não ver aquele não-querer-transformado-em-comida-mal-digerida, e vomitar tudo de novo. Mas o problema está na minha ansiedade. Ou não. Tavez esteja mesmo é na negação do querer. Ou não também. Eu acho que nunca vou saber. O que sei, de fato, é que quando eu quero, faço acontecer. Obviamente quando o meu querer depende só de mim, ou principalmente de mim, ou mais de mim, ou não tanto dela. E os meus quereres agora são tantos, que perco horas de sono planejando a realização de cada um deles. De repente estou noutro continente, bebendo horrores num boteco refinado, ao som de Vive La Fete, na companhia de quem compartilha do meu querer, comemorando a vida. Meu cérebro quase acredita que é verdade e chega até a enviar umas adrenalinas pro resto do meu eu de carne, que até sinto o cheiro da vodka e das pessoas e do perfume e do calor. Minhas vontades me tomam, rasgam a minha blusa e me tacam no chão. "Me faz acontecer, vadia!". E eu quase sempre cedo. Quase-sempre. Quase. Até mais ler.
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