Força |
Ela me tem, ela me toma, ela me foge. Vem e vai com a mesma intensidade, e quando fica, fica com uma intensidade inebriante. Tem seus fortalecedores e aquilo que a enfraquece. Muito a enfraquece, e muito mais a fortalece. A ânsia do querer saber de daqui dois segundos é seu grande energético. A dor dos dois segundos passados é o que a quase destrói. Mas aí volta a beleza do segundo seguinte. Sinto-me tão fortalecida que a vida se torna até pequena lado a lado a mim. Eu vivo a minha existência, graças a ela. Eu a tenho, eu a tomo, e por vezes, a deixo fugir.
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Memórias Póstumas... |
Um texto catártico, que me acordou se criando por entre minhas sinapses:
Naquela noite quente e clara, tudo era paradoxo: eu estava mergulhada numa imensidão escura e o material que minha mão segurava era frio, muito frio. Quase competia com o iceberg em que meu interior havia se transformado. Meus movimentos eram lentos e calmos, disfarçando o carnaval de sentimentos que turbilhava em cada pedaço de mim. Era um batuque ensurdecedor que criava ritmo para aquela última dança.
Segui em direção à janela escancarada e a lua - lembra da lua? - se permitiu aparecer por entre as grades e as nuvens negras, sorrindo um redondo sorriso amarelo, como quem se desculpa por sorrir em tal momento inadequado. Encarei aquele sorriso e também sorri. Mas um sorriso de devaneio, de quem já havia passado à outra dimensão. E acariciei a argola da matéria fria, com a ponta do indicador direito. Tamanha delicadeza, para soberba brutalidade. Trouxe aquilo para próximo de meu nariz e aspirei o odor metálico e gelado, para, então, perceber que chegara a hora certa.
O coração acelerou e doses hipnóticas de adrenalina foram lançadas pelas minhas veias, implorando: fuja! Mas não. Parecia que toda minha existência tinha se estreitado a um grau impossível e não pude recuar. Deixando, então, que meu verdadeiro momento se despisse, transformei o ambiente. O quarto se tornou um breu, frio e barulhento, bloqueando meus sentidos. Estava tão frio que meu tato sumira, tão escuro que meus olhos perderam o foco e o volume do que eu sentia era tão gritante, que meus tímpanos cederam. No meu nariz - o único que insistia em permanecer funcionando - só me vinha aquele cheiro doce e cítrico, que foi, por meses, tão familiar. Aspirei aquilo tudo com o desespero de quem perde o ar, aproximei o material do lado esquerdo do meu peito, encaixei o dedo na argola e:
- BUM!
Bateram na porta. Mas não tive tempo de olhar para trás. Os barulhos se anularam. E só restou a lua, sorrindo, e umas poucas serpentinas se desmanchando no rubro chão manchado.
Até mais ler.
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Só um pedaço |
Quando você se foi, levou consigo uma parte boa de mim. Levou o meu melhor sorriso, o meu melhor olhar, o meu melhor carinho. Levou consigo, inclusive, meus melhores passatempos. Levou minha vontade de ler, levou minha vontade de escrever, levou minha vontade de passar tardes e noites assistindo a filmes cults. Deixou também, muito pela metade. Não sei o que acontece depois do décimo terceiro capítulo de Lost, nem o final de Babel, e muito menos onde anda o outro pedaço do meu coração.
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Ô lá em casa! |
Imaginem só o Complexo de Édipo de um filho da Angelina Jolie? Uma mulher dessas deveria ser proibida de ter filhos. É praticamente um atestado de psicopatologias... Pensamentos soltos, numa madrugada sonolenta, vindos da lembrança de uma conversa com a minha Cu - outra quasepsicóloga.
E para quem desconhece o conceito do Complexo, a grosso modo, cá está! Até mais ler.
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moi |
je par me Saboreando as pequenezas da vida e tornando-as grandes. Tateando letras e montando um quebra-cabeça de palavras, em busca de alguma elucidação sobre mim, sobre você, sobre o mundo...
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plus du moins |
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quincaillerie |
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