Ah! Que vida transitória! Não, eu não sou uma adolescente revoltada que corta os pulsos e mata aula pra beber Itaipava e fumar Marlboro Light. Mas sou uma adolescente-vestibulanda-apaixonada-carente-sentimental-que-sente-saudades, poxa. Dá pra entender? Como se não bastasse toda a pressão que eu mesma me aplico, vem os professores e repetem, cada um, 27 vezes, a palavra VESTIBULAR. Porra, eu já sei que preciso passar. Então vem minha mãe e me observa com olhar de reprovação quando saio, sento na frente do computador, durmo, vejo tv. Eu sou ser humano, droga. E meu cu não é de ferro para ficar estudando o tempo todo. Aí, pra completar, minha mente resolve ficar nostálgica. Nostalgia oblíqua. E se pelo menos ela ficasse apenas recordando fatos que eu insisto em obliterar (sem sucesso), não, ela começa a me questionar: - Será que é jornalismo mesmo o que você quer? - Será que está certo você não se entregar ao relacionamento por causa da distância? - Será que custa tanto assim você respirar três vezes antes de voar pra cima do seu irmão? - Será? Ai. Estou com uma perturbação global das funcões psíquicas!
|