Sou viciada- hoje menos que ontem- em comédias românticas. Principalmente nessas bem cheias de clichês, as quais já se sabe a fala que virá a seguir e tem-se a certeza de que o final será feliz, como em um conto de fadas, com, às vezes, uma pitada de sexo. Mas somente pitada mesmo, porque casais meigos fazem sexo meigo. Tão meigo que durante o ato os braços e lençóis ficam estrategicamente colocados para que não apareça um membro ou um mamilo. Ontem à noite eu assisti ao filme Alguém Como Você, do diretor Tony Goldwyn- que também dirigiu o recente Último Beijo- e com a atriz Ashley Judd. A sinopse é naquele esquema: a mocinha procura por um amor, o encontra, ele a decepciona e então ela se apaixona por outro, em quem dá o primeiro beijo dez segundos antes do letreiro. Falando assim parece ser bobo... e é! Mas garanto que rende umas boas risadas e certa reflexão sobre relacionamentos, um vez que a atriz principal recebe a proposta de escrever uma coluna feminina em uma revista masculina. Enfim, a intenção não é falar do filme, mas sobre uma determinada cena em que Ashley Judd vai ao médico e pede para que tenha as amígdalas retiradas. Ao ser questionada do motivo, ela diz que teve um namorado que a abandonou sem motivo aparente, e que esse namorado tinha um cheiro específico que toda vez que ela sente, bate a saudade dos momentos que passaram juntos e ela fica triste. Até então, o que tem as estruturas arredondadas a ver com isso? Bem, ela conta que leu em um livro que as amígdalas são responsáveis por levar os cheiros ao cérebro, onde são processados, formando-se as lembranças, e que por isso não as quer mais, assim ela terá um motivo a menos para lembrar daquela paixão. Estranho, porém não anula o fato de ser lindo! Quantas são as vezes em que se está no elevador ou na faculdade e surge um ser com aquele determinado perfume e a vondade se confunde entre dar uma bicuda no infeliz, ou um abraço? Para mim, mais que momentos, o cheiro da pessoa marca muito. Eu sei até hoje o nome dos perfumes e dos hidratantes que passaram pelas minhas amígdalas e tenho a certeza de que essa memória não vai desgrudar de mim nunca.
|