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Historinha
Carlos é um gordinho simpático, de vinte e quatro anos, que não tem nenhum preconceito contra os homossexuais, mas não vê a hora de fazer vinte e cinco para escapar das piadinhas sobre sua idade.
Seus amigos são patéticos, ele diz. Mas não diz aos outros: é tão patético quanto eles, por não ter coragem de comentar com alguém sobre essa característica tão gritante daqueles que o cercam.
Como se não bastasse ser patético e conviver com patetas, Carlos tem um sério problema em se lembrar das coisas. A meia do outro pé, os óculos de grau, a chave de casa, o casaco, o dinheiro pra pagar o Zé, as balinhas que tanto gosta de degustar na sala de espera do Doutor Anélio, entre outros tantos objetos, passam quase sempre por despercebidos, quando Carlos sai de casa. Outro dia saiu de casa a pé, andou uns seis quilômetros e se lembrou de que havia esquecido de ir de carro. Seria cômico lembrar de ter esquecido, se não fosse a trágica chuva no meio do caminho.
Cansado de esquecer tantas coisas, inclusive a avó na barraca de cana-de-açúcar, na beira da estrada para Barueri, pediu um conselho a seus amigos patéticos. Estes, dispostos a ajudar, disseram:
- Antes de dormir, escreva o nome do objeto a ser lembrado na testa. Será um mico tão grande sair assim na rua, que ao olhar no espelho, não irá esquecer.
Por incrível que pareça, nos dias seguintes, não esqueceu nada. Lembrou até de alimentar o peixe, pena que ao chegar ao aquário, Douradinho já havia passado desta pra melhor.
Numa quinta-feira, Carlos conheceu uma bela moça no Happy Hour da empresa. Pediu seu telefone e arriscou:
- Não preciso anotar. O seu eu guardo na cabeça!
E guardou. Dias depois, ligou para a moça, de nome Dorotéia, e a convidou para jantar em sua casa. A moça aceitou, com uma condição: queria brigadeiro feito com Nescau, de sobremesa. E não podia ser outra marca: saberia identificar. Nosso esquecidinho, com medo de esquecer de que precisava comprar Nescau, e não Toddy ou Quick, resolveu seguir o dado conselho.
No dia seguinte, acordou com conjuntivite e não conseguiu olhar-se no espelho. Passou o dia em casa, cuidando de sua enfermidade e, ao despertar do relógio, se deu conta de que faltava apenas uma hora para Dorotéia chegar. Ainda meio cego, pelo colírio errado que havia pingado nos olhos, correu para o mercado mais próximo e não percebeu que os risinhos eram todos por causa dele. Passeou pelos corredores, mas não se lembrou porque estava lá. Não comprou nada e voltou para casa.
Já em casa, passou um desodorante, seu melhor perfume, vestiu a camisa nova, a calça surrada, e ao atender a porta, disse:
- Desculpe-me o cabelo não tão arrumado. Tive um infortúnio com o colírio e me encontro um tanto quanto cego.
Dorotéia, olhou para Carlos e riu. Riu, não, gargalhou.
- Nossa, ok que deve estar uma bagunça, mas não precisa rir assim- disse o gordinho constrangido.
- O que é isso na sua testa?
- Isso o quê?
- Por acaso você virou garoto propaganda de chocolate em pó?
- Ahn?
- Nescau.
- Nesc... É isso! Era isso que eu precisava ter comprado no mercado!
- Você escreveu Nescau na testa para não esquecer de comprar o Nescau pro meu brigadeiro?
- É...
Dorotéia achou a atitude tão linda, que nem ligou para a conjuntivite, para a falta do brigadeiro, ou pelo papel de idiota pelo qual Carlos havia passado. E a história desses dois teria sido cômica, se não fosse a tragédia de Dorotéia ser Doroteu.

por Andrea de Lima @ 4/23/2007 08:18:00 PM
 
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Saboreando as pequenezas da vida e tornando-as grandes. Tateando letras e montando um quebra-cabeça de palavras, em busca de alguma elucidação sobre mim, sobre você, sobre o mundo...

 
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